Agro vê sustentabilidade como critério de competitividade, diz ex-ministro

O agronegócio brasileiro está cada vez mais comprometido com a sustentabilidade, segundo Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e enviado especial da Agricultura para a COP. Em sua participação no WW Especial, Rodrigues destacou a evolução significativa do setor rural na adoção de práticas sustentáveis.

De acordo com o ex-ministro, as principais entidades de classe do agronegócio, como CNA, OCB, BAG, PROSOJA, BRAPA e associações ligadas à pecuária de corte, têm demonstrado um entendimento crescente sobre a importância da sustentabilidade. "Houve uma evolução muito importante nas entidades de classe. Todo mundo aprendeu que para ser sustentável tem que ter uma condição realmente forte, sequestre de carbono, redução de emissões de HDF de tudo", afirmou Rodrigues.

Desafios na implementação de tecnologias sustentáveis

Apesar dos avanços, Rodrigues reconhece que ainda existem desafios na implementação universal das tecnologias sustentáveis. "O problema é que as tecnologias para que isso seja feito não são universalmente conhecidas ainda, então aplica quem conhece, quem tem acesso às cooperativas", explicou. O ex-ministro ressaltou o papel central das cooperativas e sindicatos na disseminação dessas práticas, mas observou que nem todos os produtores estão vinculados a essas instituições.

Rodrigues descreveu o processo de adoção de práticas sustentáveis como "círculos concêntricos", indicando uma expansão gradual do conhecimento e implementação no setor. Ele enfatizou que a sustentabilidade se tornou um critério fundamental para a competitividade no mercado internacional: "Hoje o agro está muito atento para a sustentabilidade, porque é critério para competitividade, então não há o que fazer, ou você faz bem feito ou não tem mercado".

Combate ao desmatamento ilegal

O ex-ministro também abordou a questão do desmatamento ilegal, fazendo uma distinção clara entre agricultores legítimos e infratores. "Quem desmata ilegalmente não é agricultor, ele perde a terra, perde o crédito dele, ele não é louco de fazer uma coisa de invadir a terra, ele não faz mais isso, quem faz é quem está fora da lei", declarou Rodrigues.

O enviado especial da Agricultura para a COP concluiu enfatizando que o setor agrícola brasileiro está cada vez mais consciente da importância da sustentabilidade, não apenas como uma responsabilidade ambiental, mas também como um fator crucial para manter a competitividade no mercado global.


Fonte: cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/agro